quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O Profissional Amador

Por Alexandre Oliveira

Salvador Dali - The Cosmic Athlete
Como é possível que uma boa ideia possa ser descartada sem ao menos ser avaliada, não pela ideia em si, mas simplesmente pela reputação da pessoa que esta tentando divulgá-la. Esse tipo de situação é muito mais comum do que pensamos e ocorre frequentemente no ambiente corporativo.

Nesta situação a negativa não está no ouvinte da mensagem, mas sim no comunicador que possui um perfil que vou classificar como: “o profissional amador”.

Você faz parte deste perfil não tão raro de pessoas?

A palavra amador derivada do latim “amare” que significa “amar” ou “gostar de”, por tanto se trata de alguém que escolhe realizar determinada atividade porque gosta dela. Deste ponto de vista pode-se afirmar que ser amador em algo é digno de orgulho e de admiração, porque a atividade é realizada sem remuneração.

A palavra profissional derivada do latim “profissione” que significa “pertencente à profissão”, tratando-se de alguém que exerce determinada profissão. E para exercê-la teve que se preparar, tornando-se especialista em alguma área. Também digno de orgulho e de admiração devido a toda preparação, todo tempo de estudo a que foi submetido.

Analisando o significado das duas palavras não existe nenhum problema, mas no ambiente corporativo as coisas são bem diferentes.

A palavra amador tem conotação depreciativa, significa que alguém entende superficialmente de algo ou alguma coisa. Dizer que alguém realizou uma atividade de forma amadora no trabalho é afirmar que a atividade foi realizada sem qualidade.

O que é justamente o contrário da palavra profissional, corporativamente quando afirmamos que alguém é profissional, significa que o resultado de tudo que a pessoa faz é bom, tem qualidade.

Existe um divisor de águas, uma ação que diferencia o amador do profissional em uma empresa. O profissional assume a responsabilidade por tudo que faz, o amador não.

É muito fácil não se responsabilizar por um erro, deixando esta tarefa para seus empregadores, afinal o produto não é seu, é deles. Eles que limpem a sujeita. Este é o pensamento do amador.

O pensamento do profissional é bem diferente. Ele sempre assume a responsabilidade por seus erros, afinal o produto não é do patrão, o produto é dele, ele o fez, então ele limpa a sujeira.

Bem aqui o termo “o profissional amador” fica bem claro, trata-se de alguém que esta inserido em um ambiente corporativo, é remunerado pelo seu trabalho e se diz profissional, quando na verdade ele não o é.

Em seu livro O Codificador Limpo, Robert C. Martin estabelece um código de conduta ética afirmando que:
“Verdadeiros profissionais praticam e trabalham firme para manter suas habilidades afiadas e prontas. Não é o bastante simplesmente fazer suas tarefas diárias e chamar isso de prática. Realizar seu trabalho diário é performance, e não prática. Prática é quando você especificamente exercita suas habilidades fora do seu ambiente de trabalho com o único propósito de potencializá-las. Praticar é aquilo que você faz quando não está sendo pago. Você o faz para ser pago e bem pago.”
Para que seus pensamentos e suas ideias não sejam desprezadas tão facilmente, você terá que mudar a maneira como as outras pessoas o veem. E isso não acontecerá do dia para noite, por que implica em uma mudança interna.

Neste processo de mudança existem alguns itens que são essenciais.

Primeiro, trabalhe bem e honestamente, assumindo a responsabilidade. Lembrando que a honestidade em todas as situações está nas pequenas coisas.

Segundo, pratique suas habilidades em seu próprio tempo livre para mantê-las afiadas. Esta é uma responsabilidade sua, e não de seus empregadores.

Terceiro, faça o que é certo e não tudo que lhe pedem. Se não lhe foi concedido tempo suficiente para a analise da situação, então não faça. Pode parece estranho, mas acredite seu líder vai respeitar mais você por não fazer, do que por fazer.

Quarto, saia do isolamento, é impressionante o que você será capaz de fazer quando estiver cercado de amigos. Tente utilizar mais as duas palavras mágicas do trabalho em equipe: Conte Comigo!

Quinto, suas ideias devem ser trabalhadas em conjunto com seus amigos antes de apresentá-las em uma reunião ou a seu líder. Ao compartilhar com seus amigos você receberá criticas que agregam valor a ideia será melhorada, obtendo consenso.

Colocar nossas ideias a prova não é tarefa muito fácil, mas comunica-las é preciso. Devemos seguir o exemplo dos lobos:
"Mesmo que alguns uivem baixo e outros alto, juntos se fazem ouvir mais longe e com mais força."
É desta perspectiva que a comunicação de suas ideias se converte em gesto coletivo.

Quando você falar as pessoas vão parar para te ouvir, porque você é como um lobo, nunca está sozinho.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Salvador Dali - The Cosmic Athlete

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Diga-me quem foi seu sucessor bem-sucedido

Por Alexandre Oliveira

Salvador Dali - A Couple with Their Heads Full of Clouds
Como é bom o sentimento de segurança que temos quando somos acolhidos por alguém que se importa.

Você já teve alguém em sua vida que lhe serviu de guia, orientando, estimulando e inspirando?

Mentores, pessoas que em sua maioria são excêntricas por natureza, fora do eixo comum. É difícil defini-las e de serem encontradas.

Você quando líder já parou e se perguntou qual é o objetivo de vida de seus liderados?

E você quando liderado já parou e se perguntou qual é o objetivo de vida de seu líder?

A base sólida de um relacionamento é a unidade. Quando o propósito é comum, os vínculos entre líder e liderado ultrapassam a barreira imposta pela razão e sentimentos como amor, fraternidade e fidelidade surgem permitindo que metas impossíveis sejam alcançadas.

Esta unidade somente pode ser alcançada quando existe uma gestão de pessoas orientada a sucessão.

Para se explicar o que é a gestão de pessoas orientada a sucessão, temos que entender o que esta forma de gestão não é. Uma sala de treinamento cheia de colaboradores e um líder carismático não é gestão orientada a sucessão. Também não é quando um pessoa tem algum problema, procura alguém mais experiente para ajudá-la. Duas pessoas estudando algo em conjunto, também não é.

Gestão de pessoas orientada a sucessão tem como principio a erradicação do individualismo e de decisões unilaterais. Neste processo de gestão a visão é compartilhada e aceita por ambos. Não há questionamentos ou dúvidas. Há uma quebra do bloqueio mental que todos temos quando não estamos caminhando na mesma direção. E isso acontece não somente pela visão comum, mas pelo relacionamento entre líder e liderado.

Em seu livro Discipulado Fácil, Elvis Oliveira explica quais são as principais tensões que devem ser resolvidas no processo de discipulado, e que se aplicam integralmente a gestão de pessoas orientada a sucessão.

Respeitar autoridade

  • É preciso aprender a se submeter, este é um ponto importante, deve-se estar disposto a obedecer.

Ter um coração ensinável

  • Devemos ouvir a todos, porque independentemente de quem você está ouvindo, acredite, se ouvir com atenção você sempre aprenderá algo novo.

Não agir no entendimento e esforço próprios

  • Estamos construindo algo maior e comum a todos, não estamos sozinho na jornada.

Rejeitar a glória humana

  • Ao participar ativamente do projeto, não se chateie por não ter saído na foto, mas sim comemore, porque o objetivo foi atingido.

Abrir mão do eu

  • Deve-se dizer sim ao nós. Nos apegamos ao eu pelo medo que temos de sermos prejudicados, precisamos acreditar no outro.

Na dedicatória do livro O Vôo do Búfalo o autor exalta uma frase de sua esposa que o ajudou a tornar-se um grande gestor de pessoas:

“Eles somente irão se interessar pelo que você sabe quando descobrirem como você está interessado por eles.”

Esta frase resume de forma maravilhosa o que é a gestão de pessoas orientada a sucessão. Ao se preocupar com as outras pessoas o resultado vai além de retorno financeiro. O resultado são pessoas que seguirão você, seja qual for a sua visão, eles te seguirão de forma vitalícia porque você se interessa por elas. Pessoas não seguem organizações, empresas, visões, metas ou qual quer outra coisa. Pessoas somente seguem pessoas.

“O sucesso só é sucesso se tiver um sucessor bem-sucedido.” (Aber Huber)

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Salvador Dali - A Couple with Their Heads Full of Clouds

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Comprometimento? Seus colaboradores não tem, os meus vizinhos tem!

Por Adriano Botelho

Rene Magritte - Project of poster The center of textile workers in Belgium
O sucesso de um projeto está ligado principalmente ao comprimento de prazos e sua qualidade, sendo assim, como um projeto entre vizinhos e a polícia militar pode funcionar tão bem?

As pessoas envolvidas são simples, não possuem treinamento e nem conhecimento em gerenciamento de projetos, mal conhecem ferramental para tal e principalmente, não existe nenhum tipo de remuneração envolvida. Então, como um projeto assim funciona?

Minha conclusão é simples: Comprometimento com a visão!

Qual o significado dessa palavra tão pronunciada no ambiente corporativo:

Comprometimento é um substantivo masculino que significa a ação de comprometer ou se comprometer com alguém ou alguma coisa.

A palavra comprometimento tem origem no termo em latim compromissus, que indicava o ato de fazer uma promessa recíproca. Por esse motivo, comprometimento é um sinônimo compromisso e requer responsabilidade da parte de quem se compromete.

Com base nisso, uma outra pergunta me parece pertinente, como pessoas que não recebem nenhuma remuneração são comprometidas?

Simples: existe um propósito compartilhado com todos, de maneira simples e clara.

Nesse caso, o objetivo a ser alcançado é o aumento da segurança no bairro onde as pessoas vivem. Assim fica obvio que o propósito é relevante e só depende da responsabilidade e esforço de cada indivíduo para que o projeto tenha sucesso.

Alguns aspectos que percebi para o projeto solidário funcionar:

  • Existe um propósito que foi compreendido por todos;
  • Comprometimento e responsabilidade das pessoas com o objetivo;
  • Trabalho em equipe;
  • Comunicação clara e objetiva;
  • Ouvir e ser ouvido;
  • Toda e qualquer opinião é discutida pelo grupo;

Então porque no mundo corporativo, o comprometimento é tão difícil de ser conquistado?

Acredito que seja porque diferente de um projeto solidário, onde as pessoas sabem o porque o seu trabalho importa para o sucesso do projeto, em uma empresa, muitas vezes, os colaboradores estão fazendo seus trabalhos sem saber o que aquilo representa para a organização, ou seja, o que esse trabalho ajuda a empresa a alcançar seu objetivo ou meta? As informações não estão claras, o líder não traduziu de forma simples o que o trabalho de cada de pessoa influencia na visão da empresa, ou seja, onde estamos como empresa e onde pretendemos chegar.

O que podemos fazer para melhorar esse cenário?

Segundo o livro O Vôo do Búfalo, de BELASCO & STAYER, a Visão é o Enfoque.

"A visão é o ponto de partida para a condução a jornada. A visão enfoca. A visão inspira. Sem uma visão, as pessoas sucumbem. A visão é o nosso despertador de manhã, nossa cafeína no inicio da noite. A visão sensibiliza. Ela é o critério que utilizamos para medir nosso comportamento. A visão é o prisma no qual se concentram todas as nossas utopias e ações do que desejamos se amanhã, não o que fomos ontem ou que somos hoje. A concentração sobre a visão nos disciplina a pensar estrategicamente. A Visão é a linha mestra da jornada".

"Comprometimento individual a um esforço conjunto — isso é o que faz um time funcionar, uma empresa funcionar, uma sociedade funcionar, uma civilização funcionar." Vince Lombardi

Pergunta: Que tipo de mudança precisamos fazer para prosperar?

Solução de Liderança: Desenvolva uma visão ou o seu pessoal sucumbirá.

Pense diferente!

Imagem: Courtesy WikiArt.org - Rene Magritte - Project of poster "The center of textile workers in Belgium"

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Amizade como estratégia nos negócios

Por Alexandre Oliveira

Caspar David Friedrich - Two Men Contemplating the Moon
Em várias ocasiões ouvi o provérbio popular “amigos, amigos, negócios a parte”. Confesso que em nenhuma destas ocasiões parei para refletir sobre o quanto de verdade existe nesta afirmação e onde e como se encaixa no mundo dos negócios.

Deixar claro que você não mistura negócios com amizades pode fazer parte de uma estratégia vencedora no mundo dos negócios?

“Amigos, amigos, negócios a parte.”

É interessante como essa afirmação tão simples gera tanta discussão. Isso ocorre pelo fato que ao negociar, as emoções devem ser postas de lado a favor do uso da razão. A amizade neste momento é colocada do lado das emoções. Evidentemente que o sentimento de amizade deve ser levado em conta, mas a razão deve prevalecer.

Não privilegiar seus amigos em negócios, dizendo que todos são iguais me parece algo injusto. Afinal diminuir a margem de lucro na venda de um produto ou serviço para quem for meu amigo me parece algo muito mais técnico do que pessoal.

Kevin Plank fundador e Diretor Executivo (CEO) da Under Armour marca que se tornou um negócio de US$ 1 bilhão com a venda a consumidores começou seu negócio através da amizade.

É claro que a criação de um novo tipo de roupa esportiva inovadora para atletas de elite, tem valor, mas o caminho que levou a empresa ao sucesso tem tudo a ver com a amizade. Ter amigos no vestiário de vários times da Liga Nacional de Futebol Americano (NFL), foi parte vital da estratégia de negócio vencedora da empresa.

A estratégia de marketing baseada no boca a boca continua sendo a melhor forma de construção de uma marca. E quando você tem amigos envolvidos o negócio não tem como falhar.

Não existe produto livre de falhas. O importante é que quando uma acontece, seus amigos não vão te abandonar por outro produto, vão conversar com você, informando detalhadamente o que não esta legal, o que é preciso para melhorar.

Amigos fazem isso, clientes não. Quando tratamos clientes sem o desejo de torná-los nossos amigos, tudo será tratado somente com a razão, tudo será um simples negócio.

Neste ponto a amizade é importante nos negócios, ela encurta a comunicação deixando os envolvidos muito mais próximos.

A trajetória de sucesso trilhada pela empresa Under Armour foi embasada em uma estratégia de negócios baseada em confiança, e não existe confiança sem amizade.

A amizade é um sentimento que devemos cultivar com todos. Ela é o primeiro passo para o sucesso.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy The Metropolitan Museum of Art , New York - Caspar David Friedrich - Two Men Contemplating the Moon

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Quem são e o que os meus clientes querem?

Por Adriano Botelho

Rene Magritte - The month of the grape harvest
Com a correria do dia a dia o consumidor procura ganhar tempo em suas compras on line sendo assim surgem outras oportunidades de negocio para as empresas, como por exemplo, vendas com tempo de entrega reduzido, ou até entrega no mesmo dia.

Fica claro de como esse estilo de negócio consegue resolver problemas relacionados a falta de tempo, porém, em alguns casos essa facilidade ou comodidade acaba se tornando um problema para o consumidor.

Pois as empresas precisam conhecer e entender quem é o seu cliente principal, pois só assim será possível se dedicar para atende-lo da melhor forma possível e desta maneira fidelizá-lo, para fazer isso esqueça de brindes e promoções, basta resolver seus problemas.

A grande parte das empresas estão preocupadas simplesmente em vender. Um cliente, uma venda. E depois, esse cliente vai para onde? Será que ele volta? O que as empresas precisam fazer para ele voltar? Será que ele foi bem atendido? Será que os seus problemas foram resolvidos? Será que o consumidor foi ouvido, ou melhor, existe um canal eficiente para o dialogo?

As empresas que se preocupam com o cliente, resolvendo de forma simples e objetiva qualquer problema, tende a estar na frente da concorrência, parece obvio mas no mundo corporativo, isso não é tão evidente assim, pelo menos em território nacional.

Então quando uma empresa se diz 100% focada nas necessidades de seus clientes, isso é realmente verdade? Ou melhor, ela realmente se dedica para cada cliente 100% de seus esforços?

De acordo com um artigo publicado no site, Harvard Bussiness Review, somente entendendo o cliente é possível entregar o que ele deseja.

Existem algumas maneiras para fidelizá-lo utilizando a tecnologia:

  • Colete informações - Para isso utilize cada interação e não espere que o cliente faça isso por você.
  • Faça uma mineração nos dados - Não utilize dados genéricos para fazer uma estratégia de marketing, só em um nível mais profundo e detalhado será possível entender o cliente.
  • Identifique e invista em seu cliente principal - Em vez de dar ênfase em quanto o cliente gasta em uma compra, calcule o potencial de quanto ele pode comprar no futuro. Isso ajuda a identificar principais clientes cuja fidelidade vale a pena conquistar.

Outro ponto importante que deve ser lembrado, facilite as coisas. Como? Removendo os obstáculos. Quais? Problemas no atendimento. Analise os feedbacks dos clientes, analise o nível de burocracia existente entre o cliente e a empresa. Resolva o problema e previna o próximo.

Conheça o seu cliente o mais rápido possível, entenda o que ele necessita da sua empresa.

As empresas aplicam esforços preciosos na tentativa de agregar mais valor ao seu produto criando novidades, quando na verdade deveriam canalizar estes esforços para conhecer e entender melhor o seu cliente.

Pense diferente! 

Imagem: Courtesy WikiArt.org - Rene Magritte - The month of the grape harvest

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Não tenha colaboradores fora da caixa

Por Antonio Adriano Gomes

 Rene Magritte - Pandora's Box (La Boite a Pandore)
Em tempos de grande competitividade no mundo dos negócios, é comum ver nas empresas campanhas de incentivo para que seus colaboradores pensem "fora da caixa". Essas campanhas premiam individualmente aqueles que tiveram uma ideia e que seus gestores acreditam ser "fora da caixa".

Claro, sem dúvida alguma, colaboradores agregam valores as empresas com ideias que extrapolam e superam as dificuldades do dia a dia.

Mas para incentivar a criatividade e que traga a inspiração para novas ideias, as organizações devem mudar essa forma de incentivo

Não tenha caixas em sua empresa. Quebre barreiras que limitam a criatividade das pessoas.

Segundo o dicionário, caixa é um receptáculo destinado para guardar objetos. Se temos caixa em nossa empresa, significa que temos ideias guardadas e que talvez nunca a coloquemos em prática.

As empresas devem criar um ambiente colaborativo para que as pessoas exponham, desenvolvam e trabalhem em suas ideias.

Uma das maiores redes sociais, o Orkut, surgiu nos momentos fora da rotina de trabalho de seu criador Orkut Buyukkokten, hoje seu patrimônio é estimado em USD 6,7 bilhões.

O Facebook utiliza hackthons internos para incentivar a criação e a inovação. Hackthons são maratonas de programação onde os participantes tem a liberdade para criarem novos produtos, estimulando o trabalho em equipe e a inovação. A opção de like ou curtir uma publicação, foi concebido durante um hackthon. 

Várias ações podem ser tomadas para que seja colocada pra fora essa energia criativa, dentre elas:

  • Tenha momentos de descontração.
  • Proporcione um ambiente colaborativo entre as pessoas.
  • Construa um ambiente inspirador.
  • Saiba ouvir, por mais que uma ideia não seja colocada em prática naquele momento, ela pode ser o ponto de partida para outra grande ideia.
  • Incentive a pesquisa e o estudo.
  • Comemore os resultados com todos. 

Muitas dessas ações podem confrontar com a cultura da empresa, mas se você busca estar cercado das melhores e mais criativas pessoas, prontas para responder a altura das rápidas mudanças do mercado, esse é o caminho.

Portanto, se te perguntarem se na sua empresa tem pessoas que pensam fora da caixa, a sua resposta deve ser simples, mas que caixa?

Pense diferente!

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Trabalhadores do Conhecimento

Por Alexandre Oliveira

Alphonse Legros Thinker (Le penseur)
Existem muitos desafios na gestão estratégica de pessoas, mas um tipo de profissional em particular se destaca devido ao alto grau de dificuldade: os trabalhadores do conhecimento.

Quem são eles? O que eles fazem para serem tão especiais?

Como exemplo de trabalhador do conhecimento pode-se citar o Analista de Sistemas.

Através de experiência prática posso afirmar que a maior parte da complexidade que este profissional deve dominar é totalmente arbitrária, imposta e completamente fora de lógica por muitos sistemas e instituições humanas, as quais resultados devem estar em conformidade.

Devido ao conhecimento tácito, a maior parte do seu trabalho ocorre dentro de sua cabeça, portanto difícil ser observado, passado a outras pessoas e consequentemente mensurado pelos gestores. O que por um lado é um problema para gestão, por outro o torna especial para a organização, pois ele é rápido e preciso ao criar soluções que resolvem inúmeros problemas.

Existem muitas soluções que depois de apresentadas, podem parecer para olhos menos atentos, óbvias. Mas não se enganem, no caminho percorrido existem vários processos que envolvem grande poder de concentração, capacidade de raciocínio lógico, pressentimento e intuição.

Quando ocorre um problema em um processo crítico e complexo envolvendo um cliente, o tempo de resposta precisa ser o menor possível.

É nesta hora que o trabalhador do conhecimento mostra seu valor.

O gestor deve identificar quais colaboradores da organização possuem este perfil. Devido a qualidades que não são encontradas com facilidade, e em alguns casos levam anos para que uma organização forme este profissional.

Trata-se de colaboradores que a organização não pode se dar ao luxo de ignorar.

Dentre as suas principais características estão:

  • Ampla visão do negócio;
  • Sinceridade acima de tudo;
  • Criatividade fazendo o simples;
  • Atitude que ultrapassa os limites de suas atividades;
  • Mantem o controle emocional sob pressão;
  • Não negociam a qualidade do que fazem em hipótese alguma;

Cabe ao gestor, providenciar a limpeza do ambiente de trabalho. Trabalhadores do conhecimento possuem tolerância zero a atividades tediosas que não agregam valor ao negócio da organização.

Segundo Julian Birkinshaw, professor de estratégia e empreendedorismo na London Business School, o trabalhador do conhecimento foi contratado para usar seu discernimento. Trata-se de fazer as perguntas certas e agir com base nas respostas.

O gestor precisa ajudar o este profissional a realizar mudanças em sua rotina diária de trabalho, que aumentarão sua produtividade.

Tais como:

  • Identificar tarefas de baixo valor;
  • Decidir se descarta, delega ou redesenha;
  • Tarefas de descarga;
  • Distribuir o tempo liberado;
  • Comprometer-se com seu plano;

A atenção diária a estes itens requer pouco esforço e aumentará consideravelmente a produtividade, tornando o resultado final mais eficaz e o que é mais importante para o gestor, proporcionará um autogerenciamento, eliminando assim boa parte do trabalho da gestão dispensada a estes profissionais.

Pense diferente, e seja muito mais feliz.

Imagem: Courtesy National Gallery of Art, Washington - Alphonse Legros Thinker (Le penseur)