quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A aliança do samurai

Por Alexandre Oliveira

Godfrey Blow - The Rings of Time

Uma das qualidades que eu admiro nos seres humanos é o da contemplação.

Contemplar requer a capacidade de concentração em ambientes caóticos contendo uma infinidade de sons e movimentos. Conseguir parar, analisar, processar, sem julgar, apenas com o objetivo final de compreender o outro, é sensacional.

Quando minha filha era pequena, ela me questionou sobre uma situação corriqueira em nosso lar, que no ponto de vista dela estava errada.

“- Papai, porque só você leva café na cama para a mamãe?”

Apesar da pouca idade, ela estava contemplando. Todo o tempo que a mamãe tomava seu café ela observou, e questionou.

A origem da pergunta era porque ela não via a mamãe levando café na cama para o papai. E mesmo pequena já havia sido contaminada com a necessidade que temos de que tudo tem a ver com troca, o conhecido toma-lá-dá-cá.

A forma como expliquei a ela foi a seguinte.

“- Você é minha princesa, e sua mamãe é minha rainha, e eu gosto de servir.”

“ - Afinal seu papai é um samurai.”

O significado de samurai, está associado a um grande guerreiro, o que está correto, mas vai muito além disso, tendo uma relação com duas palavras que gosto muito: honrar e servir.

Mas não se honra e serve do nada, é preciso estabelecer algo muito mais denso e profundo.

Para honrar e servir precisamos de uma aliança e não um contrato.

Um contrato é um acordo escrito baseado em desconfiança. As responsabilidades são limitadas, ele já nasce com cláusulas que visam benefícios próprios e prevendo uma futura ruptura estipulando punições.

Uma aliança é um compromisso verbal baseado na verdade. As responsabilidades são ilimitadas, porque não visamos nossos interesses, mas o benefício de outros e não tem data de validade, é infinito.

Seus sonhos, projetos, objetivos, estão baseados em contratos ou alianças?

Não se alcança nenhum sonho, não se realiza nenhum projeto, não se atinge nenhum objetivo se tudo o que fizermos em nossa vida não tiver baseado em alianças.

“Eu me entrego a você e me comprometo com este casamento por toda a minha vida”.

Stephen Kendrick


Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Godfrey Blow - The Rings of Time

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Jovem movente

Por Janete Leonel

Vincent van Gogh - Starry Night Over the RhoneA palavra movente significa “que move” e que não está estático e sim em constante mudança e
transformação.

O jovem movente é o que percorre vários territórios dentro do ambiente internet e muitas vezes sem saber exatamente o que procura e por essa razão ele poderá navegar ou naufragar.

Ele é o conectado a procurar conhecimento ou mera informação.

Conhecimento é seletivo é aquilo que nos apropriamos e levamos para frente e que transforma o nosso pensamento em ações na prática da vida.

A informação é acumulativa um dado que sabemos porém não dominamos.

A internet pode ser um ambiente de pluralidade de conhecimento ou meramente um ambiente bagunça de informações. Essas fontes de conhecimento nutrem e desenvolvem o jovem.

Esse conhecimento resultará em que tipo de jovem?

Um jovem que tem capacidade de decidir de forma autônoma ou apenas um jovem com muita informação superficial. Esse é o grande risco que os jovens estão enfrentando.

Saber para onde eles querem ir- mover-se e ter clareza do que estão buscando.

O Gato do filme Alice no País das Maravilhas, disse:

 “se você não sabe para onde ir qualquer caminho serve”

Por essa razão ele precisa sair da era da informação e entrar na era do conhecimento.

Ser autônomo e autor de uma vida estruturada e decente.

Usar a tecnologia a seu favor e criar um outro tipo de condição de aprendizado com foco e clareza e discernimento de tudo que recebe de conteúdo.

Para continuar jovem movente e o responsável por mudar o mundo.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Vincent van Gogh - Starry Night Over the Rhone

sábado, 21 de janeiro de 2017

Faça parte de um esquadrão radical suicida

Por Alexandre Oliveira
Pablo Picasso - Harlequin's Family

Aplicar o conceito de esquadrão suicida em sua vida pode parecer radical demais para você?

E se eu afirmar que esta forma de viver e trabalhar em equipe é parte do cotidiano de uma família de vencedores. E vem sendo aplicada com muito sucesso no meio corporativo.

Membros dos chamados esquadrões (squads), são em sua natureza pessoas com alto grau de comprometimento com um objetivo em comum. Não aceitam um "não" como resposta. São seres radicais na sua mais íntima essência.

Evidentemente que estou falando aqui do lado bom de ser radical, que nada tem a ver com segregação, divisão ou rachar.

O ser radical aqui está relacionado ao sentido de não se contentar somente com a superfície das coisas indo até a raiz, chegando a origem e quase sempre cavando a terra um pouco mais fundo.

Esta forma de viver vem migrando do ambiente pessoal e familiar para o meio corporativo com excelentes resultados.

Estes resultados são frutos de três sentimentos principais:

  • fraternidade
  • respeito

Em um ambiente em que estes sentimentos são parte da cultura não existe derrota.

Este é o ambiente padrão de convivência que existe em nossa casa, com nossa família. E no ambiente empresarial esquadrões estão sendo montados baseados nestes três sentimentos, criando uma cultura diferenciada para a gestão de negócios. Esta nova forma de administrar uma organização se dá através da eliminação de estruturas rígidas de poder. As tradicionais estruturas hierárquicas são substituídas por um sistema de compartilhamento da autoridade.

Existe até uma novo termo que está bem na moda atualmente e que está conquistando o mercado: holocracia.

É interessante a capacidade que temos de criarmos novos nomes para velhas fórmulas de sucesso.

E é disso que se trata a criação de esquadrões. Nada mais, nada menos que uma "nova velha" maneira de se unir pessoas, alterando o ambiente através de uma cultura com sentimentos que tem sua origem na família.

Mas onde raios entra o esse negócio de suicídio radical?

No comprometimento com o todo!

Quando estamos realmente comprometidos com um objetivo em comum. Quando acreditamos no camarada que está do nosso lado. Não existe outro caminho, é fazer ou morrer. É sangue, suor e lágrimas.

E serão lágrimas sim, lágrimas de emoção quando alcançamos a vitória.

A tecnologia esta mudando a cada instante, mais e mais máquinas estão automatizando processos e substituindo pessoas. E isso não é algo contra a humanidade, mas sim a favor da produtividade e sobrevivência.

Portanto se a empresa que você trabalha esta partindo para a criação de esquadrões (squads), mudanças culturais, holocracia, não perca mais tempo, pare o que está fazendo, olhe para os lados, valorize o outro, pertença a um esquadrão e seja radical.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Pablo Picasso - Harlequin's Family

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Um cavaleiro na encruzilhada


Viktor Vasnetsov - A Knight at the Crossroads


Com uma filha cursando o primeiro ano do colégio, os questionamentos sobre quem sou, quem quero ser e qual profissão seguir estão se tornando tema presente em praticamente todas as conversas diárias.

Aos poucos estou tentando ensiná-la e acredito ter obtido êxito, de que não tenho todas as respostas, aliás nem chego perto disso. Porém algo muito importante ela já aprendeu.

Não nascemos prontos, estamos em constante evolução, não acredite nas respostas para perguntas prontas. Você vai ter que fazer as perguntas certas.

Um dos grandes males do mundo é justamente a falta das perguntas certas, o que nos leva a problemas errados e consequentemente a soluções certas que não resolvem nada na vida.

Confuso não é ? Imagine tentar explicar isso para uma filha adolescente.

Não acabou o primeiro ano do colégio e o tema é universidade. Cursar uma universidade não é para se ter uma profissão, mas para saber quem você vai ser na vida. Não profissionalmente mas como seres humanos, pais, maridos, esposas como líderes comunitários.

Estar inserido no meio acadêmico é uma dádiva, deve-se aproveitar ao máximo tudo, estudando muito mais do que a profissão.

Minha filha deseja ser bióloga, e baseado em experiência prática de vida e não simplesmente como pai que digo a ela, que a universidade é só o começo, para se tornar uma especialista em sua área, em sua profissão você precisa estudar muito, e muito por toda a vida, não tem fim.

Nesta sociedade em que vivemos, ensinar alguém tão jovem a ter valores éticos que se perpetuem ao longo do tempo é fundamental. São estes valores que farão toda a diferença na vida, evitando problemas pessoais gravíssimos e muito mais importante, evitar grandes problemas a nação e consequentemente ao próximo.

Ter valores éticos permite dizer não a um cargo para o qual não se está preparado, independente da existência de vantagens financeiras.

E para construir estes valores deve-se adquirir o hábito da observação. Tarefa esta que não depende de ninguém, de pais, de professores, de amigos, não são eles que vão dizer quem você é. Somente você pode responder esta questão.

Um professor se prepara para dar um aula, o aluno tem que se preparar muito mais para poder receber de verdade a aula, compreender é a chave.

Quer ser bióloga, se prepare para tanto. Estude casos reais, trabalhos reais, situações reais. Por exemplo, como foi o trabalho dos biólogos no processo de construção da Usina de Belo Monte?

Entender um caso real, permitirá que você formule as perguntas certas, perguntas relevantes que vão deixar seus professores de cabelos em pé.

Quer realmente fazer a diferença, deixe arrogância de quem sabe todas as respostas para as supostas perguntas prontas de lado e comece a fazer as perguntas certas.

Você encontrará a verdadeira causa raiz do problema, algo bem dificil de se chegar por sinal. Mas recompensador, pois chegou ao problema certo, a partir deste ponto a solução certa virá rapidamente.

A propósito minha resposta preferida para minha filha sobre o que ela deve ser é:

"Eu quero que você seja feliz !"

E não existe felicidade quando não percebemos e compreendemos as coisas que nos cercam. Perceber e compreender o mundo nos proporciona um estado físico e mental completo. Permite que alcancemos a consciência da própria dignidade humana, fornecendo a armadura, o escudo e a espada que tanto precisamos para mantermos nossa conformidade com o bem e nosso senso de perceber as necessidades de outras pessoas sempre alerta.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Viktor Vasnetsov - A Knight at the Crossroads

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O poder da comunicação

Por Marlos Carreo Cravo
Michael Sowa - Their Master's Voice

É muito comum ouvir dos colaboradores, em um ambiente empresarial, que a comunicação da empresa é ineficaz e não atinge todos os níveis de colaboradores.

Fatalmente se você ainda não ouviu esse tipo de comentário é porque não se deixou fazer ou nunca iniciou uma pesquisa para demonstrar esse tipo de situação.

Alguns especialistas dizem que, em pelo menos 100% das organizações a comunicação aparece como um ponto que precisa ser melhorado e tratado com mais carinho.

Olhando sobre o prisma de quem se esmera para transmitir uma comunicação de qualidade - precisa, consistente e na medida certa - esse fator quase sempre é visto sob a ótica de que existe um esforço tremendo para fazer a comunicação, gerando diversos materiais, com boa quantidade e em diversos meios de comunicação.

Por que então temos um lado dizendo que não existe comunicação e outro dizendo há diversos meios de comunicação e que a quantidade gerada é satisfatória.

Como o próprio nome diz comunicação significa ação comum e, para uma ação ser comum é necessário que haja um emissor: responsável pela geração do conteúdo, uma mensagem: que será transmitida pelo emissor, e um receptor: que será responsável por receber a mensagem e compreender seu conteúdo.

Só existe comunicação quando essas três partes interagem e geram um resultado positivo, ou seja, há o entendimento da mensagem pelo receptor.

Analisando esse fator é possível concluirmos que o problema não está na quantidade de comunicação existente, mas sim, na qualidade em que ela é entregue ao receptor.

Quando falamos de um ambiente empresarial, identificamos perfis diferentes, ocupações diferentes, responsabilidades diferentes entre as diversas áreas e dentro de uma mesma área.

Nesse quesito o maior desafio do comunicador é estabelecer um padrão de mensagem comum que atinja - com qualidade - as diversas pessoas de cada uma das áreas da organização par que, dentro das suas atribuições, cada um possa ter contato com a mensagem, analisar o seu conteúdo e compilar o resultado dentro das condições que ele julgue ser a mais correta.

Isso parece ser um pouco utópico, mas existe alguns modelos que podemos seguir para sermos mais eficazes numa comunicação corporativa

Priorize os assuntos a serem comunicados pela relevância dentro da organização
  • Normalmente aquilo que está mais "quente" na equipe tem mais apelo. Primeiro porque trás uma lembrança recente - e pode gerar satisfação aos envolvidos - e segundo porque evidencia um bom trabalho junto aos demais colaboradores.

Valorize o colaborador
  • Comunique sobre as conquistas individuais e da equipe. Mostre que internamente os grandes trabalhos geram grandes resultados para a empresa e para os clientes.

Alinhe o conteúdo com os objetivos, missão e valores da organização
  • Jamais transmita um conteúdo que vá de encontro ao que é cultural da organização.

Seja transparente
  • Apresente o conteúdo e coloque os porquês. Nem todos estão inseridos no conteúdo para entender os detalhes do que está sendo transmitido.

Avalie o ambiente
  • Analise o ambiente antes de exercer a comunicação. Identifique se o momento é propício para ter uma mensagem recebida de forma satisfatória.

Tenha critérios similares
  • Esta aí uma questão que pode tirar o crédito de uma boa comunicação: favorecimento. É importante que ações similares em equipes diferentes sejam comunicadas de maneiras similares. Isso evita que os colaboradores entendam que há favorecimento na organização e que somente alguns tem o direito de serem prestigiados.

Não tenha medo de comunicar em excesso
  • Se atende aos requisitos citados anteriormente então faça a comunicação. Provavelmente o assunto é importante demais para ficar somente restrito a um grupo de pessoas.

E, por último, mas não menos importante: Faça isso sempre.

Tenha um acordo com você mesmo que a comunicação é uma ferramenta indispensável para manter um bom clima dentro da organização.

Seguindo as dicas acima, o que não for comunicado será pequeno o suficiente para atrapalhar a produtividade das equipes e dispensará atenção por parte dos comunicadores.

Quando a percepção sobre a qualidade do que está sendo comunicado muda, o ambiente também muda na mesma proporção.

Pense diferente e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Michael Sowa - Their Master's Voice

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Ah, vocês tem que respeitar minha opinião!

Por Marco Andre Abramo

Jacek Yerka - Party On The Island
A todo momento, em fóruns e redes sociais, um monte de gente reclama:

“AH, VOCÊS TEM QUE
RESPEITAR MINHA OPINIÃO!!!”

Que na verdade, é uma súplica para:

“NÃO CRITIQUEM MINHAS IDEIAS!!!”

Bem, Aí está uma coisa muito mal compreendida. E que acaba virando clichê.

Uma coisa é respeitar o direito de opinião. Outra coisa é respeitar uma opinião em si.

Princípio-mor: Devemos respeitar o direito de todo mundo ter e expressar opinião. Isso é a base da democracia, da liberdade, do livre pensamento. Ou seja: devemos respeitar o direito das pessoas de terem e omitirem opiniões, sem censura ou coerção.

Agora, isso não significa que devemos respeitar a opinião em si. Se ela é uma besteira (ou alguém acha que é besteira, no sentido de estar errado, não no pejorativo), qualquer um tem o direito de se expressar dizendo que é besteira (pois da mesma forma, todos têm o mesmo direito de opinar sobre tudo, inclusive sobre as opiniões

Sim, pois se as pessoas não podem opinar sobre as opiniões, isso violaria o princípio-mor acima, seria auto-contraditório.

Exemplos: Todo mundo tem todo o direito de defender a ideia que 2 + 2 = 5, mas ninguém é obrigado a respeitar esta ideia se a considerada errada, portanto todo mundo tem todo o direito de dizer que isso é uma besteira e inclusive, tem a chance de comprovar que isso é besteira, quando isso é possível. Todo mundo tem o direito de acreditar em espíritos, mas todo mundo tem o direito de dizer que, por absoluta falta de evidências, eles não existem. E etc.

Enfim: Ninguém tem que respeitar uma ideia ou opinião diferente da sua. Mas todos tem que respeitar o direito de defenderem ideias diferentes das suas.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Jacek Yerka - Party On The Island

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Pobre escravo humano

Por Alexandre Oliveira

Michael Sowa - A Summer Night's Melancholy
Ele chega do trabalho e como de costume troca de roupa e vai para a caminhada diária. A gata felina miando na porta, fecha na cara dela e sai. Acreditando que as outras gatas, as humanas darão a devida atenção, afinal a ideia foi delas de incluir este novo ser vivo em casa a pouco mais de dois anos.

Volta da caminhada, toma banho e computador.

É neste ponto que o ambiente fica tenso, a pequena felina chegou perto e começou a miar.

" Poxa ninguém verificou as necessidades dela. "

Inicia-se o processo de verificações, checagens de rotina, comida, água, caixa de areia, abre-se a porta de acesso ao quintal, quem sabe ela deseja passear. E nada, o miado parou mas a pequena felina como feroz caçadora que é, não sai do encalço de sua vítima, implacável.

O tempo voa, e mais de uma hora de batalha se passa. Ela tenta dizer-lhe algo, mas toda a concentração do humano está focada no computador.

O smartphone toca, mensagem, mensagem, mensagem. E como um escravo acorrentado e acuado não tem outra alternativa a não ser obedecer. Ele fecha a porta do quarto precisa ler, processar, executar.

Recomeça o miado, um apelo incansável de um ser que classificamos como irracional e que nossa inteligência humana insiste em ignorar.

Ele respira profundamente como se um pouco mais de oxigênio fosse capaz de acabar com toda a impaciência que toma conta de seu cérebro, este inundado de questionamentos silenciosos, resultado de uma mente possivelmente perturbada.

" Será que não mora mais ninguém aqui ? "

" Estou sozinho neste universo ? "

" Não tem ninguém para dar atenção a este animal ? "

Quem é o verdadeiro animal nessa história.

Triste sina deste humano, preso a internet das coisas que considera importante, e não percebeu que está recebendo apoio.

Ele não aguenta e abre a porta, e o pequeno ser vivo, a felina que não desistiu de tentar se fazer entender invade o ambiente. De maneira lenta e suave. O miado acaba, e exibindo um olhar de incredulidade, a felina, vê o animal humano sentar novamente na frente do computador.

Mas desistir não faz parte dos planos deste animal felino sagaz. Que cautelosamente escala, sobe na mesa, caminha lentamente, ronronando, e senta-se no teclado do computador.

O entendimento chega, antes tarde do que nunca, a este ser humano, que finalmente abandona a tecnologia e vai até o sofá mais próximo. A pequena gata felina o segue e assim que o vê sentado no sofá, sobe também, deita em meu colo e adormece.

Se não conseguimos entender um número limitado de sinais de um animal de estimação. Como é que vamos entender outro ser humano.

Ah mas o ser humano se comunica através da fala, o que facilita as coisas.

Será que facilita ?

" Pobre escravo humano, seres que não falam o que pensam, e se a coisa não pudesse piorar, outros tantos não pensam no que falam. "

Estamos tão concentrados na obtenção de resultados que estamos ignorando o que realmente importa.

Em vez de pensarmos somente no resultado, está na hora de pensarmos no esforço, valorizando-o.

Pense na quantidade de esforço necessário para que o felino em questão, este pequeno animal de estimação, conseguisse a atenção de seu dono.

Qual foi a última vez que você valorizou alguém pelo esforço independente do resultado ?

Agradecer alguém quando um resultado foi alcançado com sucesso é fácil e natural. Mas agradecer alguém pelo seu esforço, mesmo quando o resultado esperado não veio, isso sim é complicado.

Celebre o esforço tanto quanto ou até mais que o resultado, afinal não existe resultado sem esforço e se continuarmos a ignorar quem se esforça, é muito provável que em breve não tenhamos nenhum resultado a celebrar.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Michael Sowa - A Summer Night's Melancholy

terça-feira, 10 de maio de 2016

Livre pensamento, pensamento livre

Por Marco Andre Abramo

Yves Tanguy - Reply To Red





Livre-pensador ?

O que é isso ?

Direto ao ponto: Ser livre pensador é ter uma postura cética, investigar, desconfiar e tentar racionalizar o melhor possível sobre o que te ensinam e empurram, evitar seguir algo apenas porque você foi ensinado, doutrinado, estimulado, treinado a seguir. Afinal de contas, gente não é cachorro amestrado.

Ou melhor, não deveria ser. Me desculpem os seguidores do Felicano, Edir Macedo ou do PT (e pensando bem, do PSDB igualmente).

E isso serve para qualquer coisa. Serve para amarras culturais, sociais, religiosas, políticas ou quaisquer outras.

Como livre pensador, você está livre para escolher seguir uma doutrina, religião ou qualquer outra coisa. Entretanto, a escolha deve ser feita por você mesmo, de forma consciente, e não porque seu meio social exige ou porque você sofreu lavagem mental para isso desde criança.

Ser livre pensador não significa ser um radical. Não significa ser contra religiões, modas, tribos e etc. Tampouco cortar laços sociais com pessoas que não pensam como você.

Significa apenas evitar ser manipulado o tanto quanto possível… Ser livre, pelo menos o mais livre possível, já que é impossível ser totalmente livre.

Mas tome cuidado… Cuidado em não ser manipulado por você mesmo… Não transforme o livre pensamento em mais uma obsessão ou um tipo de fascismo intelectual. Sim, isso pode acontecer: Obsessão em ser um livre-pensador pode se transformar em uma prisão como qualquer outra, por mais paradoxal que isso pareça.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Yves Tanguy - Reply To Red

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Identificando astros invisíveis


Rene Magritte - The face of genius
É possível ser um astro invisível ? Será que esse tipo de profissional existe ?

Sim existe. Ao contrário dos profissionais que se esforçam para ser reconhecidos e que necessitam de atenção para alimentar sua autoestima.

O astro invisível tem um pensamento oposto, ele acredita que qualquer coisa relacionada com autopromoção ou que se refere a fama é pura perca de tempo. Trata-se de um tempo precioso no qual ele podia estar fazendo o que realmente gosta:

" Seu trabalho ! "

Estes profissionais quanto mais trabalham mais desaparecem, ocorrendo de só serem notados quando algo dá errado.

É evidente que quanto mais se faz, maior a probabilidade de se fazer algo errado, porém a atenção que a organização dispensa para esse tipo de pessoa é quase sempre inadequada, por ser reativa a falha, quando deveria ser reativa ao sucesso.

Em seu livro Invisíveis: o poder do trabalho anônimo na era da autopromoção, David Zewig descreve várias características que os astros invisíveis compartilham, dentre elas três se destacam.

Ambivalência quanto ao reconhecimento
  • É a excelência que os motiva, a fama é um subproduto do trabalho, não é o objetivo em si. 

Meticulosidade
  • Ser meticuloso é algo que possui raízes profundas na ética de trabalho destes profissionais.

Gosto pela responsabilidade
  • Essa característica permite transformar a pressão em fascínio, o medo em curiosidade, porque a responsabilidade é uma questão de honra.

Estas características podem ajudar na identificação destes profissionais e juntamente com dados de resultados obtidos a nível individual permitirá a realização de uma avaliação pelo sucesso, que em linhas gerais consiste em colocar de um lado da balança todo o sucesso e do outro as falhas ocorridas.

E é neste ponto que o astro invisível aparece. A balança pesa desproporcionalmente para o lado do sucesso fato este que passa despercebido pela organização.

É evidente que a falha dói muito mais, e tem um poder de propagação infinitamente maior que o sucesso, porque o bem maior, o cliente foi afetado. Por isso devemos sim estar atentos às falhas, mas sempre tendo em mente que somente uma análise de dados criteriosa resultará em propostas concretas de prevenção as falhas. Criticar é fácil, propor soluções isso sim é difícil.

Contabilize os sucessos e falhas dos projetos em sua organização ao nível individual e a identificação de seus astros invisíveis saltará aos olhos.

Para eles preocupar-se com o conteúdo do que se faz é muito mais importante do que as reações das outras pessoas.

A cultura do barulho, o famoso buzinaço e o brilhos dos holofotes tão facilmente conseguidos através das mídias sociais não afetam o astro invisível, afinal seu lema é:

" Obter o melhor resultado possível no que faz. "

Entender quais os anseios destes profissionais é fundamental para mantê-los na organização e assim continuar obtendo o valor de tudo que produzem.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Rene Magritte - The face of genius

domingo, 6 de março de 2016

Sobrecarga do cérebro

Por Alexandre Oliveira

Salvador Dali - Modern Rhapsody
Trabalhando muito sem parar e os resultados não vem ?

Pois é, pude presenciar uma cena hilária e ao mesmo tempo trágica. Como um ser humano com todo poder cerebral que possui, pode golpear a parede do banheiro proferindo palavras que não repetirei aqui, tendo como motivo o simples fato da falta de água.

Será que ele está louco ?

Acredito que não, mas com certeza está momentaneamente enlouquecido.

Perder o domínio de nossas ações por conta de algo que está além de nosso controle, é hilário.

Por outro lado este quadro de inquietação interna associado a impaciência, é trágico porque esta pessoa pode estar sofrendo de transtorno de déficit de atenção.

Não se trata de uma doença ou desvio de caráter. Trata-se de uma resposta natural de nosso cérebro quando exigimos que processe cada vez mais e mais informações. E dentro do ambiente empresarial que está cada vez mais dinâmico esta exigência constante de processamento afeta negativamente nossos resultados e os erros aparecem.

A incapacidade que temos de lidar com falhas, principalmente quando se tratam de nossas falhas só agrava o problema.

Apesar deste transtorno ter se tornado uma epidemia no meio corporativo. A grande maioria das empresas não possui sequer o conhecimento de sua existência e encara estes sintomas de maneira equivocada, entendendo como problemas morais e de caráter.

As empresas precisam valorizar um ambiente em que a competição esteja embasada em um pensamento profundo ao invés do pensamento rápido. O pensamento rápido sempre gera resultados de segunda linha.

O lema mais ditado hoje em dia é "Fazer mais e mais com menos e menos", em um ambiente assim é a empresa que sai perdendo. Trata-se de um ambiente hostil onde se prolifera a confusão, causada pelos colaboradores que insistem em escolher o caminho mais rápido. Estes atalhos em geral resultam em erros e mais erros.

Para o indivíduo só existe uma saída, desacelerar. Analise suas tarefas e mantenha seu foco na que possui maior valor agregado. Diga não a sobrecarga de tarefas.

Para a empresa também só existe uma saída, valorize o indivíduo, criando uma cultura onde o foco está em ajudar as pessoas a dar o seu máximo. Algo que somente pode ser alcançado quando combinamos as habilidades das pessoas certas com as tarefas certas que necessitam ser executadas.

O transtorno de déficit de atenção é um problema real que está minando a capacidade criativa de gestores e colaboradores. Portanto estar atento aos sinais deve ser uma tarefa bilateral que somente será possível em um ambiente onde as pessoas são estimuladas a pedir ajuda, sem que isso seja encarado como sinal de fraqueza.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Salvador Dali - Modern Rhapsody

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Afinal quem é que trabalha para quem ?

Por Alexandre Oliveira

Sue Coe - Monkey
Você está caminhando pelo corredor da empresa, com o objetivo de pegar um café e retornar para sua mesa. Mas no meio do caminho um colaborador lhe diz: "Bom dia. Temos um problema!"

Em menos de um minuto um relato superficial do problema lhe é passado. Como líder você tem segundos para decidir se deve ou não se envolver, pelo que ouviu você sabe que sim. Porém o nível insuficiente de informação não lhe permite tomar uma decisão naquele momento.

Neste tipo de situação a resposta mais comum é: "Deixe-me pensar a respeito" ou ainda "Me mande um e-mail".

Pronto acabou de deixar que mais um "mico" seja acrescentado a sua coleção. O problema é que um conjunto de "micos" pode se tornar um "gorila", e não estamos falando de um gorila qualquer ele é enorme trata-se do gorila de costas prateadas e vai te derrubar.

Analisando esta situação vemos claramente uma inversão de papéis, onde o colaborador se tornou gestor e o gestor se tornou o colaborador. Ao aceitar o mico o gestor assumiu voluntariamente a posição de subordinado. E acredite será cobrado muito em breve por isso.

É evidente que de uma maneira sutil, mas o gestor será cobrado no próximo encontro que poderá acontecer novamente no corredor ou por e-mail, isso se chama supervisão. É o colaborador supervisionando o gestor !

Afinal quem é que trabalha para quem ? Ficou claro a inversão de papeis. Então o que fazer ?

Trabalho em equipe, simples assim.

Vamos mudar a primeira resposta, ao invés de "Deixe-me pensar a respeito", troque para "Acompanhe-me a até minha mesa, vamos pensar juntos a respeito". Esta situação é a melhor alternativa, por que o mico encontra-se ainda nas mãos do colaborador e é ali que ele deve ficar. Como gestor você tem o dever de agir como mentor, fazendo o possível para que o colaborador chegue sozinho a solução. É evidente que neste cenário o tempo é um fator importante.

Quando o tempo estiver escasso o gestor deve utilizar da segunda resposta mas acrescentando algo a mais. "Me mande um e-mail com duas propostas de solução para o problema. Te chamarei para discuti-las". Pronto o próximo passo está nas mãos do colaborador e não do gestor. Faça-o pensar.

A solução do problema tem que ser alcançada em conjunto, não permita que o mico pule do ombro de seu colaborador para o seu, porque senão você vai aprisionar o mico e acabará alimentando-o sozinho.

Trata-se de algo simples que ocorre no dia a dia na maioria das situações envolvendo gestores e colaboradores.

Não deixe acontecer, retire seu colaborador da zona de conforto, forçando-o a elevar seu nível de iniciativa.

Você se surpreenderá com os resultados.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Sue Coe - Monkey

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Sorria e o mundo sorrirá de volta


Jacek Yerka - Dream
Está ai um velho clichê, quantas e quantas vezes sorrimos ao desejar um bom dia, e o que obtemos de volta mais parece um rosnado do que um cumprimento digno de um ser humano.

É por esta e outras que acabamos por não dar a devida atenção ao nosso termômetro interno que mede o nosso nível de humor.

Sorria e o mundo sorrirá de volta para você, está muito mais perto da verdade do que pensamos.

Esta afirmação se deve ao fato que o contágio do humor através de um simples sorriso é um fenômeno neurológico real, comprovado cientificamente.

Um sorriso verdadeiro é fruto de um estado de bom humor e tem efeito sobre as emoções das pessoas que estão ao nosso redor. É o que os cientistas descrevem como natureza de circuito aberto do sistema límbico do cérebro, área responsável pelas emoções. Através dele emitimos sinais que podem alterar fisicamente outras pessoas.

Nossa parece coisa de paranormal, mas não é. Quem já viu um colega em uma reunião que teve suas funções cardiovasculares afetadas ao ponto de dormir na frente de todos.

Parte deste fato pode não ter relação com o humor do colega que está presidindo a reunião. Mas na maioria dos casos está relacionado sim com o estado de humor.

De ritmos de sono, passando por mudanças nos níveis de hormônios e até funções imunológicas sérias podem ser desencadeadas no corpo de outra pessoa através de nosso estado de humor.

E como não existe maneira de se abster de humor, ou você está de bom humor ou está de mau humor. Temos que entender que nosso corpo necessita que estejamos em estado de bom humor, possuímos esta tendência natural.

É claro que o bom humor não é tudo que importa, mas se realmente desejamos reverter um quadro de disseminação de sentimentos tóxicos que estão prejudicando nossos colegas.

Devemos sim entender que o bom humor é tudo que importa em um longo dia de trabalho.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Jacek Yerka - Dream

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O Profissional Amador

Por Alexandre Oliveira

Salvador Dali - The Cosmic Athlete
Como é possível que uma boa ideia possa ser descartada sem ao menos ser avaliada, não pela ideia em si, mas simplesmente pela reputação da pessoa que esta tentando divulgá-la. Esse tipo de situação é muito mais comum do que pensamos e ocorre frequentemente no ambiente corporativo.

Nesta situação a negativa não está no ouvinte da mensagem, mas sim no comunicador que possui um perfil que vou classificar como: “o profissional amador”.

Você faz parte deste perfil não tão raro de pessoas?

A palavra amador derivada do latim “amare” que significa “amar” ou “gostar de”, por tanto se trata de alguém que escolhe realizar determinada atividade porque gosta dela. Deste ponto de vista pode-se afirmar que ser amador em algo é digno de orgulho e de admiração, porque a atividade é realizada sem remuneração.

A palavra profissional derivada do latim “profissione” que significa “pertencente à profissão”, tratando-se de alguém que exerce determinada profissão. E para exercê-la teve que se preparar, tornando-se especialista em alguma área. Também digno de orgulho e de admiração devido a toda preparação, todo tempo de estudo a que foi submetido.

Analisando o significado das duas palavras não existe nenhum problema, mas no ambiente corporativo as coisas são bem diferentes.

A palavra amador tem conotação depreciativa, significa que alguém entende superficialmente de algo ou alguma coisa. Dizer que alguém realizou uma atividade de forma amadora no trabalho é afirmar que a atividade foi realizada sem qualidade.

O que é justamente o contrário da palavra profissional, corporativamente quando afirmamos que alguém é profissional, significa que o resultado de tudo que a pessoa faz é bom, tem qualidade.

Existe um divisor de águas, uma ação que diferencia o amador do profissional em uma empresa. O profissional assume a responsabilidade por tudo que faz, o amador não.

É muito fácil não se responsabilizar por um erro, deixando esta tarefa para seus empregadores, afinal o produto não é seu, é deles. Eles que limpem a sujeita. Este é o pensamento do amador.

O pensamento do profissional é bem diferente. Ele sempre assume a responsabilidade por seus erros, afinal o produto não é do patrão, o produto é dele, ele o fez, então ele limpa a sujeira.

Bem aqui o termo “o profissional amador” fica bem claro, trata-se de alguém que esta inserido em um ambiente corporativo, é remunerado pelo seu trabalho e se diz profissional, quando na verdade ele não o é.

Em seu livro O Codificador Limpo, Robert C. Martin estabelece um código de conduta ética afirmando que:
“Verdadeiros profissionais praticam e trabalham firme para manter suas habilidades afiadas e prontas. Não é o bastante simplesmente fazer suas tarefas diárias e chamar isso de prática. Realizar seu trabalho diário é performance, e não prática. Prática é quando você especificamente exercita suas habilidades fora do seu ambiente de trabalho com o único propósito de potencializá-las. Praticar é aquilo que você faz quando não está sendo pago. Você o faz para ser pago e bem pago.”
Para que seus pensamentos e suas ideias não sejam desprezadas tão facilmente, você terá que mudar a maneira como as outras pessoas o veem. E isso não acontecerá do dia para noite, por que implica em uma mudança interna.

Neste processo de mudança existem alguns itens que são essenciais.

Primeiro, trabalhe bem e honestamente, assumindo a responsabilidade. Lembrando que a honestidade em todas as situações está nas pequenas coisas.

Segundo, pratique suas habilidades em seu próprio tempo livre para mantê-las afiadas. Esta é uma responsabilidade sua, e não de seus empregadores.

Terceiro, faça o que é certo e não tudo que lhe pedem. Se não lhe foi concedido tempo suficiente para a analise da situação, então não faça. Pode parece estranho, mas acredite seu líder vai respeitar mais você por não fazer, do que por fazer.

Quarto, saia do isolamento, é impressionante o que você será capaz de fazer quando estiver cercado de amigos. Tente utilizar mais as duas palavras mágicas do trabalho em equipe: Conte Comigo!

Quinto, suas ideias devem ser trabalhadas em conjunto com seus amigos antes de apresentá-las em uma reunião ou a seu líder. Ao compartilhar com seus amigos você receberá criticas que agregam valor a ideia será melhorada, obtendo consenso.

Colocar nossas ideias a prova não é tarefa muito fácil, mas comunica-las é preciso. Devemos seguir o exemplo dos lobos:
"Mesmo que alguns uivem baixo e outros alto, juntos se fazem ouvir mais longe e com mais força."
É desta perspectiva que a comunicação de suas ideias se converte em gesto coletivo.

Quando você falar as pessoas vão parar para te ouvir, porque você é como um lobo, nunca está sozinho.

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Salvador Dali - The Cosmic Athlete

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Diga-me quem foi seu sucessor bem-sucedido

Por Alexandre Oliveira

Salvador Dali - A Couple with Their Heads Full of Clouds
Como é bom o sentimento de segurança que temos quando somos acolhidos por alguém que se importa.

Você já teve alguém em sua vida que lhe serviu de guia, orientando, estimulando e inspirando?

Mentores, pessoas que em sua maioria são excêntricas por natureza, fora do eixo comum. É difícil defini-las e de serem encontradas.

Você quando líder já parou e se perguntou qual é o objetivo de vida de seus liderados?

E você quando liderado já parou e se perguntou qual é o objetivo de vida de seu líder?

A base sólida de um relacionamento é a unidade. Quando o propósito é comum, os vínculos entre líder e liderado ultrapassam a barreira imposta pela razão e sentimentos como amor, fraternidade e fidelidade surgem permitindo que metas impossíveis sejam alcançadas.

Esta unidade somente pode ser alcançada quando existe uma gestão de pessoas orientada a sucessão.

Para se explicar o que é a gestão de pessoas orientada a sucessão, temos que entender o que esta forma de gestão não é. Uma sala de treinamento cheia de colaboradores e um líder carismático não é gestão orientada a sucessão. Também não é quando um pessoa tem algum problema, procura alguém mais experiente para ajudá-la. Duas pessoas estudando algo em conjunto, também não é.

Gestão de pessoas orientada a sucessão tem como principio a erradicação do individualismo e de decisões unilaterais. Neste processo de gestão a visão é compartilhada e aceita por ambos. Não há questionamentos ou dúvidas. Há uma quebra do bloqueio mental que todos temos quando não estamos caminhando na mesma direção. E isso acontece não somente pela visão comum, mas pelo relacionamento entre líder e liderado.

Em seu livro Discipulado Fácil, Elvis Oliveira explica quais são as principais tensões que devem ser resolvidas no processo de discipulado, e que se aplicam integralmente a gestão de pessoas orientada a sucessão.

Respeitar autoridade

  • É preciso aprender a se submeter, este é um ponto importante, deve-se estar disposto a obedecer.

Ter um coração ensinável

  • Devemos ouvir a todos, porque independentemente de quem você está ouvindo, acredite, se ouvir com atenção você sempre aprenderá algo novo.

Não agir no entendimento e esforço próprios

  • Estamos construindo algo maior e comum a todos, não estamos sozinho na jornada.

Rejeitar a glória humana

  • Ao participar ativamente do projeto, não se chateie por não ter saído na foto, mas sim comemore, porque o objetivo foi atingido.

Abrir mão do eu

  • Deve-se dizer sim ao nós. Nos apegamos ao eu pelo medo que temos de sermos prejudicados, precisamos acreditar no outro.

Na dedicatória do livro O Vôo do Búfalo o autor exalta uma frase de sua esposa que o ajudou a tornar-se um grande gestor de pessoas:

“Eles somente irão se interessar pelo que você sabe quando descobrirem como você está interessado por eles.”

Esta frase resume de forma maravilhosa o que é a gestão de pessoas orientada a sucessão. Ao se preocupar com as outras pessoas o resultado vai além de retorno financeiro. O resultado são pessoas que seguirão você, seja qual for a sua visão, eles te seguirão de forma vitalícia porque você se interessa por elas. Pessoas não seguem organizações, empresas, visões, metas ou qual quer outra coisa. Pessoas somente seguem pessoas.

“O sucesso só é sucesso se tiver um sucessor bem-sucedido.” (Aber Huber)

Pense diferente, e seja mais feliz.

Imagem: Courtesy Wikiart.Org - Salvador Dali - A Couple with Their Heads Full of Clouds

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Comprometimento? Seus colaboradores não tem, os meus vizinhos tem!

Por Adriano Botelho

Rene Magritte - Project of poster The center of textile workers in Belgium
O sucesso de um projeto está ligado principalmente ao comprimento de prazos e sua qualidade, sendo assim, como um projeto entre vizinhos e a polícia militar pode funcionar tão bem?

As pessoas envolvidas são simples, não possuem treinamento e nem conhecimento em gerenciamento de projetos, mal conhecem ferramental para tal e principalmente, não existe nenhum tipo de remuneração envolvida. Então, como um projeto assim funciona?

Minha conclusão é simples: Comprometimento com a visão!

Qual o significado dessa palavra tão pronunciada no ambiente corporativo:

Comprometimento é um substantivo masculino que significa a ação de comprometer ou se comprometer com alguém ou alguma coisa.

A palavra comprometimento tem origem no termo em latim compromissus, que indicava o ato de fazer uma promessa recíproca. Por esse motivo, comprometimento é um sinônimo compromisso e requer responsabilidade da parte de quem se compromete.

Com base nisso, uma outra pergunta me parece pertinente, como pessoas que não recebem nenhuma remuneração são comprometidas?

Simples: existe um propósito compartilhado com todos, de maneira simples e clara.

Nesse caso, o objetivo a ser alcançado é o aumento da segurança no bairro onde as pessoas vivem. Assim fica obvio que o propósito é relevante e só depende da responsabilidade e esforço de cada indivíduo para que o projeto tenha sucesso.

Alguns aspectos que percebi para o projeto solidário funcionar:

  • Existe um propósito que foi compreendido por todos;
  • Comprometimento e responsabilidade das pessoas com o objetivo;
  • Trabalho em equipe;
  • Comunicação clara e objetiva;
  • Ouvir e ser ouvido;
  • Toda e qualquer opinião é discutida pelo grupo;

Então porque no mundo corporativo, o comprometimento é tão difícil de ser conquistado?

Acredito que seja porque diferente de um projeto solidário, onde as pessoas sabem o porque o seu trabalho importa para o sucesso do projeto, em uma empresa, muitas vezes, os colaboradores estão fazendo seus trabalhos sem saber o que aquilo representa para a organização, ou seja, o que esse trabalho ajuda a empresa a alcançar seu objetivo ou meta? As informações não estão claras, o líder não traduziu de forma simples o que o trabalho de cada de pessoa influencia na visão da empresa, ou seja, onde estamos como empresa e onde pretendemos chegar.

O que podemos fazer para melhorar esse cenário?

Segundo o livro O Vôo do Búfalo, de BELASCO & STAYER, a Visão é o Enfoque.

"A visão é o ponto de partida para a condução a jornada. A visão enfoca. A visão inspira. Sem uma visão, as pessoas sucumbem. A visão é o nosso despertador de manhã, nossa cafeína no inicio da noite. A visão sensibiliza. Ela é o critério que utilizamos para medir nosso comportamento. A visão é o prisma no qual se concentram todas as nossas utopias e ações do que desejamos se amanhã, não o que fomos ontem ou que somos hoje. A concentração sobre a visão nos disciplina a pensar estrategicamente. A Visão é a linha mestra da jornada".

"Comprometimento individual a um esforço conjunto — isso é o que faz um time funcionar, uma empresa funcionar, uma sociedade funcionar, uma civilização funcionar." Vince Lombardi

Pergunta: Que tipo de mudança precisamos fazer para prosperar?

Solução de Liderança: Desenvolva uma visão ou o seu pessoal sucumbirá.

Pense diferente!

Imagem: Courtesy WikiArt.org - Rene Magritte - Project of poster "The center of textile workers in Belgium"